sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Café Vacance – Nome Fantasia


Natália Hori Mendes

Projeto Nome Fantasia – exposição Café Vacance – Laura Huzack Andreto

Acontece
entre os dias 3 de dezembro de 2009 a 28 de fevereiro de 2010-02-26

de segunda a quarta, das 10h às 18h; de quinta a domingo, das 10h às 21h

Espaço Funarte São Paulo• Al Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paul-SP

A entrada é franca.

http://nomefantasia2009.wordpress.com/160/




Coletivo M.O
Lágrimas, 2005
Concreto e Tela de Arame
Canteiro: Carandiru




Antônio Hermino
Marionete, 2004
Concreto, Arame e Vergalhão
Canteiro: H. Guedes




Entre Círculos, 2009
Vergalhão e Círculos de PVC
Canteiro Colina




Televisão
Entrevista: Hermino do Nascimento
Captação das imagens: Daniel Ciwimski
Edição: Diego Ciwimski
Direção: Daniel Ciwimski


A proposta da exposição Café Vacance é uma das ações do Projeto Nome Fantasia, na qual, ao todo são realizadas quatro ações: Delivery, Califórnia, Flórida e Vacance. A origem do nome Vacance é francesa e significa vaga, vago, e no plural, férias. Por este último significado, ela é associada á indústria do turismo, dando nome a agências de viagens e hotéis. E é justamente o estado de vacância que os turistas são condicionados. Portanto, o lazer e o ócio são produtos à disposição do cliente; o que se vende é a possibilidade de se estar livre sem ocupação.
Para isso, Laura H. Andreto constrói a exposição composta por diversos objetos criados a partir de materiais de construção civil e/ou materiais encontrados nas ruas da cidade de São Paulo. Os objetos criados e expostos são, em sua maioria, decorações, como quadros, luminárias ou simples enfeites. Pode-se perceber andando pela exposição o ar da simplicidade e da criatividade. Além da valorização ao trabalhador da construção civil, ele que passa seu tempo a construir os lugares que nós, turistas ou não, vivemos e desfrutamos.
É uma ótima exposição para quem gosta de criações.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O Mundo Mágico de Marc Chagall




Patricia Helena dos Santos Felício

O MUNDO MÁGICO DE MARC CHAGALL –GRAVURAS-- MARC CHAGALL

Sob curadoria do museólogo Fabio Magalhães a mostra O Mundo Mágico de Marc Chagall – Gravuras (que reúne 178 obras do artista) apresenta séries importantes de gravuras, entre elas as integrais de La Bible (A Bíblia) e Daphnis et Chloé (Dafne e Cloé), criadas pelo artista entre os anos 20 e 50.


Quando
terça, quarta e sexta a domingo: 11h às 17h (c/ permanência até as 18h).
quinta: 11h às 19h (c/ permanência até as 20h).

Onde
Masp 1º andar-Av. Paulista, 1.578 - Bela Vista - Centro.

Até dia 28 de março. Na 2ª feira, 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, o Museu excepcionalmente abre suas portas e não cobrará ingressos, numa homenagem do MASP e de seus patrocinadores à cidade e seus visitantes.

http://www.masp.art.br/masp2010/exposicoes_integra.php?id=54&periodo_menu=

Telefone: 3251-5644.
Ingresso: R$ 15 (grátis p/ menores de 10 anos, maiores de 60 anos).
Não tem área para fumantes. Não aceita reservas. Tem ar condicionado. Tem acesso para deficiente. Tem local para comer. Estac. (R$ 10 - convênio).


Rapto de Cloé, 1961. Litografia em cores sobre papel. ©Marc Chagall/AUTVIS-10, foto: Nicolas Wilmouth


O Cocho, 1924. Litografia sobre papel. ©Marc Chagall/AUTVIS-10, foto: Nicolas Wilmouth


Ao Meio-dia, o Verão, 1961. Litografia em cores sobre papel. ©Marc Chagall/AUTVIS-10, foto: Nicolas Wilmouth

Foto retiradas do site do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
http://www.masp.art.br/masp2010/exposicoes_galeria.php?id_exposicao=54

Marc Chagall, nasceu em Vitebsk, Rússia, em 1887.Iniciou sua formação artística na Escola Imperial de Belas Artes de S. Petersburgo e, em 1910, se dirigiu á Paris.Lá foi morar no famoso prédio La Ruche, no bairro de Montparnasse, que com seu aluguel barato era uma das primeiras opções para jovens artistas que se fixavam na capital francesa em busca de reconhecimento.Entre seus vizinhos e amigos de círculo estavam nomes como os dos poetas Guillaume Apollinaire e Blaise Cendrars e dos pintores Delaunay, Fernand Léger, La Fresnaye,e Amedeo Modigliani.Em 1911 já estava expondo com os independentes e mostrando a influência dos cubistas em sua obra.Como diz Giulio Carlo Argan em seu livro ’’Arte Moderna’’, apesar de não tardar á perceber que a verdadeira ’’revolução do olhar’’ era a dos cubistas, logo compreendeu que havia algo que não o convencia no Cubismo Analítico:’’lógico demais, realista demais, burguês demais‘‘.Virou então um cubista dissidente, assim como Franz Marc, Delaunay e Paul Klee.
Em 1914, com a explosão da guerra, Chagall decidiu voltar á sua terra, porém permaneceu em Petersburgo, onde, um ano mais tarde, se casaria com Bella, seu primeiro amor.Depois da revolução socialista, foi nomeado comissário das artes em sua cidade natal, iniciando um episódio de fundamental importância para o entendimento de sua obra.Em 1918 inaugurou uma escola aberta á quaisquer tendências artísticas modernistas e chamou o também russo Kazimir Malevich para integrar o corpo docente.Malevich em pouco tempo seduziu os alunos com suas figuras geométricas e simplicidade, o Suprematismo.A divergência entre os dois cresceu a tal ponto que, em 1920, Chagall se demitiu.Porém, como diz Argan em obra citada ’’se há algo na arte capaz de dar idéia do espírito com que o povo russo vivia os anos heróicos da revolução, é a pintura de Chagall, e não a pintura teórica e rigorista de Malevich’’.Isso porque, como todos os artistas modernos russos, Chagall também partiu do populismo, porém manteve-se populista.Argan continua: ’’seu populismo se materializa em no empenho de fazer realmente uma arte popular:e, para o povo, a visão do mundo não deriva de esquemas intelectuais abstratos, que ainda são princípios ou instrumentos da autoridade.O povo vê como fala, vê o que diz.(...)A despeito de seu entusiasmo pela revolução, ele se mantém como um populista; e a contribuição de seu grande talento para a história da pintura moderna reduz-se á descoberta de que a fonte da linguagem, inclusive da linguagem visual, é a imaginação, não a lógica, mas que a imaginação, tal como a lógica possui uma estrutura própria e cumpre uma função ’construtiva ’ ’’.
É fácil reconhecer uma obra de Chagall e, por isso, seu trabalho provou-se tão singular. Ao mesmo tempo em que se manteve conectado com as correntes artísticas de sua época, desenvolveu um estilo pessoal. Como disse o curador Fábio Magalhães para a revista Bravo edição número 949, mês de agosto de 2009: "Chagall é um caso curioso porque é um artista de expressão extraordinária, mas que não deixa escola. Sua influência na arte é muito pequena. E, mesmo assim, ele tem uma presença definitiva na produção moderna".
Vale ainda lembrar da importância de sua terra natal e de sua religião em sua obra.De outro trecho retirado da revista Bravo: "Além do privilégio de assistir e se envolver com o surgimento dos novos movimentos da arte, Chagall se beneficiou de um período de interesse voltado para as culturas russa e judaica. Como mais uma das coincidências felizes de sua vida, isso ocorreu logo após a Primeira Guerra Mundial, quando ele estava de volta à Rússia.O clima leve e alegre das composições revela plena sintonia com a dissidência hassídica do judaísmo, que pregava o êxtase no encontro com Deus. "
Se até os anos 20 seu talento se concentrava nas telas, depois foi direcionado também para as gravuras. O curador da exposição iguala a importância dos dois suportes em sua carreira: "Diria até que nessa época de maturidade a gravura ocupa um papel mais importante do que a pintura em seu trabalho. Ele renova e cresce muito no domínio da técnica", diz Magalhães. Na mostra montada no MASP, estão o conjuntos completo de La Bible, além de exemplares das Fables e a série inteira de litogravuras Daphnis et Chloé, baseada na obra do escritor grego Longus, um idílio pastoral da Grécia antiga e finalizada nos anos 60, apesar de iniciada no início da década anterior.
Entre seus grandes triunfos está o de fazer uma arte que não se envergonha de ser, acima de tudo, bela.Vale lembrar que este tipo de arte era vítima do preconceito das maiorias das vanguardas contemporâneas, que a consideravam menor.Mas como é possível de se perceber, se há uma característica que não cabe á obra de Chagall é a de menoridade.O único porém de toda mostra é saber que ela resulta da exposição O Mundo Mágico de Marc Chagall — O Sonho e a Vida, que a Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, recebeu no mês de agosto de 2009, antes formada por2 75 gravuras, duas esculturas e 26 pinturas, todas inéditas no Brasil, sendo esta a maior exposição do artista já vista no país desde a sala especial na 4ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1957.Mas ainda assim, vale (e muito) a pena á visita.