terça-feira, 9 de março de 2010
Lothar Charoux - Entre Vida e Obra
Exposição Entre Vida e Obra, de Lothar Charoux
por Felipe Arrojo Poroger
Um dos fundadores do Grupo Ruptura, de viés concretista, o austríaco Lothar Charoux ganha exposição com quarenta obras, incluindo não somente pinturas e quadros, mas também objetos estilizados , tal como azulejos.
Caso você, leitor, reivindique a figuração na arte e considere que outros tipos de composição são apenas pretextos para mascarar uma falta de habilidade técnica, ir à exposição de Lothar Charoux será uma experiência desagradável. No entanto, caso você não seja adepto deste reacionarismo artístico ou simplesmente considere qualquer obra válida – seja por seu aspecto técnico ou histórico -, conhecer a obras concretistas de Charoux pode ser um bom meio de expandir seus horizontes culturais, nem que seja apenas para se passar por descolado em uma mesa de bar.
Quando: De 12 de fevereiro a 21 de março. Terça a sábado, das 9 horas às 21 horas, e domingos e feriados, das 10 horas às 21 horas
Onde: Caixa Cultural (Avenida Paulista, 2.083), no Conjunto Nacional
Até quando: 21 de março (iniciada em 12/02)
Entrada Franca!
Links relacionados:
http://www.lotharcharoux.com.br/ (site oficial do artista)
http://www.caixacultural.com.br/html/main.html (site da patrocinadora, onde é possível encontrar informações sobre a exposição)
domingo, 7 de março de 2010
Gary Hill - Circumstances / Circusntâncias
Gary Hill, nascido na California em 1951, é um dos grandes precursores da videoarte mundial. Começou sua carreira como escultor, e nos anos 70, passou a explorar as possibilidades do vídeo em Woodstock – numa época em que se discutia a descentralização da produção e a possibilidade da criação independente em comunidades alternativas. Em sua obra notamos temas como a materialidade da linguagem, sinestesia, enigmas perceptivos ao espaço ontológico e interatividade.
Em "Circumstances/Circunstância" (MIS) expõe cinco videoinstalações, sendo uma delas (“Unconditional Surrender”) um site specific criado especialmente para o espaço do MIS. Este é também o primeiro trabalho do artista feito completamente com técnicas de computação digital. Nesta exposição, Hill Aproveita-se da capacidade do vídeo para criar narrativas complexas e não-lineares, exigindo muitas vezes engajamento ativo por parte do público, seja para criação de significados, seja através da inversão de papéis entre quem vê e quem é visto.
“Viewers” é uma interessante obra onde percebemos a inversão de papéis já citada. O visitante é confrontado com uma fila de homens silenciosos projetados em tamanho real a observá-lo, instiuindo uma nova ordem em que o observador passa a sentir-se observado.
“Up Against Down” consiste em uma série de projeções de partes do corpo do artista pressionando ou empurrando um espaço preto envidraçado que dá a sensação de infinito. A medida que o corpo exerce pressão no espaço, podemos ouvir freqüências graves de som que são moduladas através das mudanças de tensão do mesmo.
“Wall Piece” é uma obra no limite da cognição. o artista declama um poema enquanto se joga contra uma parede. Não se sabe se o espectador atentará ao que é violentamente dito (um poema) ou ao impacto sensorial que pode impedi-lo de construir qualquer lacuna entre as palavras.
“Language Willing” metaforiza a idéia de manipulação da linguagem ao dublar uma poesia trazendo duas mãos girando discos de tecido florido.
Gary Hill tem se utilizado muito bem das novas mídias artisticamente e inspirado pessoas no mundo todo no campo audio-visual.
Gary Hill: Circumstances / Circunstâncias
Gary Hill, um dos principais nomes da vídeoarte e da vídeo-montagem, mostra cinco de seus principais trabalhos no pequeno espaço do MIS, trazido pelo curador Marcello Dantas.
Quando: 20 de janeiro a 21 de março
Terças a Sábados, das 12h às 19 hs
Domingos e Feriados, das 11h às 18h
Onde: MIS - Museu da Imagem e do Som
Entrada R$ 4,00 Av. Europa, 158 - Jd. Europa
www.mis-sp.org.br
Uma fila de 15 homens trabalhadores, em escala real, aparentemente parados, que acompanham o espectador enquanto ele passa.
Language Willing, 2002
Citações do poeta Chris Mann com dois discos rodando em velocidades e rotações diferentes.
Up Ugainst Down, 2008
O próprio Gary Hill pressiona seu próprio reflexo. A tensão dos músculos em movimento chama a atenção desta projeção, que é complementada por outras projeções de detalhes do corpo como pés e mãos.
Enquanto um homem se joga contra a parede e declama um texto, uma luz estroboscópica pisca dando a impressão de fragmentação.
Unconditional Surrender, 2008
Alguns projetores que brincam com 3 paredes, onde rodas circulam de uma para outra numa sensação quase 3D. Instalação feita exclusivamente para o espaço MIS.
Para quem quiser aproveitar, haverá também uma palestra com Gary Hill no dia 13 de março às 20h e também a mostra de vídeos Single Channel no dia 21 de março, das 16h às 19h (retirada de ingressos a partir das 15h).
quarta-feira, 3 de março de 2010
CIDADES IMAGINADAS
Jessica Ferreira Lovato
CIDADES IMAGINADAS - Hélcio Magalhães / Jonathas de Andrade / Waldo Bravo
A exposição cidades imaginadas, mostra a cidade de um outro ângulo, abordando diversas percepções, além do que se pode ver. Com a participação de Hélcio Magalhães, Jonathas de Andrade e Waldo Bravo, temos diferentes propostas, onde os artistas exploram questões estéticas envolvendo a cidade, cada um deles de uma maneira.
Quando: 1/2/2010 a 2/5/2010
Onde: Museu de Arte Contemporânea da USP- MAC USP Ibirapuera - Pavilhão Ciccillo Matarazzo, 3º piso
Horário: Terça a domingo das 12 às 18 horas - entrada gratuita
Para mais informações: www.macvirtual.usp.br
Waldo Bravo - Território 1, 2010
Waldo Bravo - Intervenção 2 - Av. Indianópolis com Al. Tacaúnas
Waldo Bravo - Territória 2 - 2010
Outras dimensões de como a cidade se apresenta para nós é exposta nas obras dos três artistas convidados.
Imagens digitais desfocadas impressas em tela, de Waldo Bravo, tornam-se inusitadas quando são decifradas, revelando sua verdadeira forma com o reflexo do espelho. Dá a ideia de um retrovisor de carro. Waldo também nos mostra que o que era propaganda (no caso, os outdoors) pode virar imagem de uma paisagem cotidiana.
A proposta de Jonathas de Andrade já é outra. O artista percorreu o Recife fazendo questionários com as pessoas da cidade, sobre educação e bons costumes. As respostas são acompanhadas de imagens que remetem e estão interligadas aos lugares visitados por ele. Foi uma tentativa de mapeamento moral e comportamental.
Hélcio Magalhães monta um mosaico de momentos, lugares e personagens na cidade de São Paulo, tornando-os retratos posados.
Além de ser muito interessante, com essas novas propostas educamos nosso olhar para identificar novos pontos artísticos e estéticos pela cidade, fugindo do cotidiano, Vale a pena conferir.